São Pedro e São Paulo - Duas colunas, um só amor!



“Vós sabeis, irmãos, como entre todos os apóstolos e mártires de nosso Senhor, estes dois, cuja solenidade hoje celebramos, parecem ter uma particular dignidade. Não é de admirar! Foi a eles que, de modo muito especial, o Senhor confiou a Santa Igreja".

Desde o início a tradição cristã considerou Pedro e Paulo inseparáveis um do outro, embora cada um tenha tido uma missão diferente a cumprir: Pedro, em primeiro lugar, confessou a fé em Cristo, e Paulo obteve o dom de poder aprofundar a sua riqueza. Pedro fundou a primeira comunidade dos cristãos proveniente do povo eleito, e Paulo tornou-se o Apóstolo dos pagãos.

Com carismas diversos trabalharam por uma única causa: a construção da Igreja de Cristo. No ofício das leituras, a liturgia oferece à nossa meditação este notável texto de santo Agostinho: "Um só dia é consagardo à festa dos dois apóstolos. Mas também eles eram um só. Embora tenham sido martirizados em dias diferentes, eram um só. Pedro precedeu, Paulo seguiu...Celebremos pois esse dia de festa, consagrado a nós pelo sangue dos apóstolos"(discurso 295,7.8).

E São Leão Magno comenta"Dos méritos e das suas virtudes, superiores a quanto se possa dizer, nada devemos pensar que os oponha, nad que os divida, porque a leição os tornou semelhantes, a fadiga e o final, iguais".(Trecho da Homilia de Bento XVI na Solenidade em que o Ano Paulino foi convocado.28/06/07).

Assim vemos que são eles as colunas que, com a doutrina, a oração e o exemplo da própria paciência, sustentam a santa Igreja. Foi nosso Senhor quem tornou inabaláveis estas colunas. No começo eram muito frágeis, não podendo sustentar-se nem a si nem aos outros. Mas isso correspondia a um admirável desígnio de nosso Deus pois, se sempre tivessem sido fortes, outros poderiam pensar que esta graça provinha deles mesmos. Desse modo, nosso Senhor quis primeiramente mostrar quem eram eles para depois fortificá-los: todos então compreenderiam como provinda de Deus a força que possuíam.

"O ensinamento desta festa é a abertura à tradição e o acolhimento da novidade para ser fiel. Eles são colunas da Igreja, mas também dão rumos. Há tendência de voltar à tradição pela tradição ou ir à novidade pela novidade. Como Pe. Vitor Coelho dizia: a Igreja não é de bronze, pois enferruja. É uma árvore que cresce porque tem ramos novos e permanece porque tem tronco.

Celebrando S. Pedro e S. Paulo nós celebramos a ação de Deus em Jesus para implantar o seu Reino no mundo. Ele usou duas luvas de briga: uma grosseira, Pedro, e outra mais caprichada, Paulo. Por que essa diferença?

Os dois implantaram a Igreja de Deus em dois mundos diferentes, mundo judeu e mundo pagão. Missão diferente, mas o mesmo fim. Diferente é o modo de compreender a fé. Isso enriquece. O judaísmo tende ao ritualismo; o paganismo tende a um modo mais livre de vida. A Igreja se enriquece com esses dois modos de entender.

Eles se fundam na fé. Pedro e Paulo vivem Jesus. Mesmo passando na boca do leão, foram salvos e preservados. Deram a vida por Jesus. Eles falavam grosso e tinham o que dizer sobre Deus. Eu e você, o que temos feito no que toca a nossa fé em Deus?"



Meditemos e tenhamos um santo e abençoado Triduo, já nos preparando para o GRAÇA E PAZ!