E TEMPO DE VIVER O AMOR



Quantos Natais Deus já nos concedeu a Graça de celebrarmos, mas a medida que vamos compreendendo a dimensão do amor que se doa perpetuamente, nosso coração passa a viver uma experiência única, pois passamos a experimentar da graça, de vivê-la em sua plenitude como sacrários vivos de Deus que dá por inteiro e vem ao encontro do homem,mesmo em nossa tão grande pequenez. Ai habita o mistério,incompreensível, talvez, mas plenamente justificável.E quem dele experimenta, testemunha.

Desejo que neste Natal essa graça seja vivida plenamente em nossos corações e juntos posssamos cantar glórias ao Senhor porque dela vivemos e por ela somos sustentados.

Quão piedoso é o Senhor quem vem nos arrancar da escuridão e nos fazer resplandecer em sua glória. Quão majestosa é sua presença que faz de nossos corações, tão fracos e pequenos, trono de sua realeza, presépio ideal.

O amor nasceu, é tempo de nos abrir para experimentar, para crescer no amor...para viver o AMOR;amor que exige compromisso, doação renúncia de si memso.

A todos, um feliz e Santo Natal!

O segredo da Samaritana



Os textos do evangelho de S.João são sempre emblemáticos para quem os lê e com eles reza. Eles se entranham em nós e são fecundos de vida. A Palavra ilumina e faz expandir aquilo que somos diante de Deus e do que Ele é para nós.

Assim que fazemos a opção por Jesus, depois de uma experiência forte com o Espírito Santo, quando passamos a assumir nossa identidade de filhos de Deus e ultrapassamos a barreira do ritualismo e da mera tradição cultural católica, descobrimos a Palavra de Deus e começamos a devorá-la. A palavra é exatamente essa: devorar. É a fome e a sede mais profunda da alma que se manifesta e que passa a ser saciada com aquilo que verdadeiramente a sacia. E o evangelho de S.João oferece verdadeiros banquetes para a alma. Quase sem perceber decoramos partes dos textos, e passamos a nos referir aos capítulos e seus respectivos temas e personagens com a maior liberdade. Falamos do cego de nascença (Jo 9), do Bom Pastor (Jo 10), de Nicodemos (Jo 3), da oração de Jesus por nós (Jo 17), da pecadora pública de Jerusalém, pega em adultério e perdoada (Jo 8), do discurso sobre a Eucaristia e o Pão da Vida (Jo 6)... E assim, sucessivamente, personagens e relatos nos revelam Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor, aquele que morreu e ressuscitou, e como Ele se comunica e relaciona com aqueles que são seus. O discípulo que se auto-alcunha de discípulo amado, revela como ninguém o amor de Jesus, o Amor do Pai, as entranhas do coração de Deus. Se alguém quiser saber como se parece, como sente, quais os desejos mais autênticos, que espírito move o coração do Deus dos cristãos, que o descubra e se abasteça do que nos revela João, o caçula dos apóstolos.


Um dos encontros mais belos do quarto evangelho é o de Jesus com a Samaritana. Muito conhecido, muito explorado, já exaustivamente comentado o diálogo travado entre esta mulher pagã, não judia, com Jesus. Ela que se torna grande e corajosa evangelizadora, após ter ela mesma bebido da água viva oferecida por Jesus, e não somente da água do poço de Jacó. Entretanto, o que há de novo neste encontro que seja luz para nós? O que há de novo na Palavra de Deus que nos faça crescer na vivência concreta e diária do Evangelho?

Creio que valha a pena nos determos no que acontece entre o encontro de Jesus com essa mulher e a partida dela, em missão, em aberta evangelização na região onde vivia. O que acontece entre o primeiro passo e o resultado dele é o encontro de amor com o Esposo. É Jesus quem toma a iniciativa de puxar conversa. Ele está à espera. Isso nos dá a certeza de que, como evangelizadores, semeadores da Palavra e construtores do Reino, (aquilo que somos chamados a ser quando assumimos a vocação Shalom), nosso papel é levar a pessoa, qualquer pessoa, todas elas, ao encontro de Jesus, onde Ele a espera, o espera. Jesus espera aqueles que são seus e lhes foram dados pelo Pai e com eles trava um diálogo de verdade de, na verdade, começando um relacionamento pessoal que vai ao encontro de tudo o que a pessoa precisa para se tornar adoradora e livre em ‘espírito e em verdade’.


Seguindo os passos da Samaritana e vendo esta conversa acontecer, notamos que o Senhor a alcança onde está a sua maior vulnerabilidade: na sua vida sexual, nos seus afetos e emoções, nos seus relacionamentos amorosos com o sexo oposto. Sem que Ele alcance esta dimensão da sua existência ela não poderia se tornar aquilo que ela vem a ser: um testemunho livre e eficaz. Não sei se entre nós há muitas pessoas que tenham tido cinco maridos ou cinco mulheres, cinco ‘companheiros ou companheiras’, com quem tenham vivido maritalmente. Mas creio que entre nós há inúmeros corações que amaram e se apaixonaram e se envolveram emocionalmente e até fisicamente com cinco ou até mais do que cinco pessoas. E é aí que Jesus quer tocar, quer pensar as feridas (sendo Ele mesmo o Bom Samaritano!), quer soprar ressurreição. Jesus não se escandaliza absolutamente com nada que diz respeito a nós, pois ele sabe o que há no coração humano, mas Ele seguramente quer nos dar um sopro de vida que nos sacie a sede de amor, libertando-nos de tantos jogos e comportamentos que só nos tem levado à dor, à solidão e ao pecado. Ele quer se apresentar a nós como o Esposo, ensinando-nos a não mais buscar nas pessoas aquilo que somente Deus pode dar. Ele é o Esposo que nossas vidas anseiam sofregamente encontrar.


Quando a Samaritana replica e pede: ‘Dá-me de beber!’, ela pede a Jesus o dom do Espírito para conseguir libertar-se de suas desordens afetivas. E aí aparece o Esposo que se apresenta e pede água e dá água viva! Seguramente naquele tempo, mesmo havendo fofoca e falatório, não poderia haver tanta exposição das desordens sexuais-comportamentais à luz do dia como vemos hoje na TV, no cinema, na internet e no ambiente social que nos cerca e no qual vivemos. Mas seja às claras, seja escondido, pois as realidades existenciais do ser humano são atemporais, o Senhor nos espera para que a Ele entreguemos todas as desordens sexuais e relacionais presentes em nossa história.

Não adianta abafar, não adianta esconder, nem tampouco negar as marcas deixadas em nós, no corpo, na mente, nos afetos e na alma, pelas concupiscências de nossa própria carne e da carne dos outros em nós! Quantas pessoas sofreram agressão sexual, abuso sexual! Quantas pessoas sentem em si mesmas a desordem e a compulsão manifestada no homossexualismo, na masturbação, nos jogos de sedução e manipulação do próprio corpo e do corpo alheio, entre homens e mulheres, entre mulheres e homens! Quanto mau uso do corpo humano em busca de amor e de segurança!

Mesmo que já estejamos ativamente empenhados na evangelização, o Senhor nos convida a não esconder nada dele, a não deixar qualquer sombra maculando nossa alma. O Senhor quer fazer brilhar a limpidez da água viva onde se encontram as vergonhas e a mesquinhez, nosso calcanhar de Aquiles, nosso pecado e tudo o que ficou distorcido como consequência dele no entendimento que temos sobre nós mesmos. Jesus quer nos ensinar a viver plena e livremente o dom da nossa sexualidade e identidade, o dom de nosso corpo. Jesus não nos quer vivendo de aparências, com vida dupla ou de discursos. Jesus pede que chamemos ‘os nossos cinco maridos’ – e cada um sabe o nome que cada um assumiu em sua história de vida! – e os apresentemos a Ele. Só assim Ele pode se tornar verdadeiramente nosso Esposo.

E nesse caminho, é a graça da castidade, dom do Espírito, que fará de Jesus verdadeiramente o Esposo. É o dom da castidade que torna Jesus o grande amor de nossas vidas, e coloca aos poucos a ordem do amor original em nós. Seja qual for nosso estado de vida Jesus não nos quer impuros ou puritanos, reprimidos ou depravados. O mais belo de todos os homens, quer fazer este novo em nós: quer arrancar-nos das mentiras e das manipulações da cultura secular que nos empurra para o pecado e para a mentira, e quer fazer de todos nós belos e belas como Ele, almas esposas. Só assim nosso testemunho será fecundo como foi o da Samaritana. Só assim daremos prova de verdadeira conversão. E que o Esposo nos ajude a jamais desanimar...

Fonte-Comunidade Shalom

Agulha e linha - O caminho da santidade


Um conto dos padres do deserto diz que certo monge, vendo a morte chegar, pediu aos seus companheiros que lhe trouxessem a chave do céu: queria morrer agarrado a ela. Um companheiro saiu correndo e lhe trouxe a Bíblia, mas não era isso que o agonizante queria. Outro teve a idéia de trazer a chave do sacrário, também não deu certo. Foi então que alguém que conhecia melhor o doente foi buscar agulha e linha. Agarrado a esses objetos prosaicos, o irmão passou mais tranqüilo para a vida eterna. Era o alfaiate da comunidade: sua chave para o céu era a atividade diária, carinhosamente realizada para servir aos seus irmãos.

A historinha nos leva a entender que o trabalho cotidiano do monge foi a sua verdadeira chave para entrar no céu. Com certeza ele também devia ter rezado muito, meditado bastante, talvez jejuado nos dias certos, e cultivado algumas dezenas de outras virtudes. No entanto ele sabia muito bem que tudo dependia de como ele havia exercido o seu maior serviço na comunidade.

O caminho da santidade pode passar por momentos extraordinários, gestos de heroísmo, façanhas memoráveis; porém passa, em primeiro lugar, por aquilo que fazemos bem ou mal no dia a dia. Todos nós reconhecemos que, em nossa vida, é muito mais pesado o dever cotidiano do que alguns momentos de esforço, difíceis sim, mas passageiros.

É por isso que João Batista, o precursor, deu respostas diferentes para os diversos grupos de pessoas que lhe perguntavam: “O que devemos fazer?” Todos deviam partilhar o que estava sobrando de suas roupas e de sua comida. A solidariedade com os necessitados e carentes é o primeiro passo para iniciar uma nova vida. Sem desprendimento não há verdadeira conversão. Depois o profeta do deserto apontou escolhas diferentes para os cobradores de impostos, que extorquiam o povo, e para os soldados que deviam aproveitar demasiadamente da sua força e das suas armas. Significa que cada um deles, naquele tempo, como também nós, hoje, devemos encontrar o nosso próprio caminho de conversão, a partir do lugar onde estamos.

No entanto, nós adoramos apontar onde os outros deveriam mudar e o quê deveriam fazer para dar certo. Mais uma vez é muito mais fácil criticar os outros, ou declarar como nos comportaríamos se estivéssemos no lugar deles, do que começar a corrigir e a melhorar a nossa própria vida.

Os exemplos não faltam. Muitos sabem perfeitamente o que eles fariam se fossem o presidente ou o governador. No entanto poderiam começar a cuidar melhor das suas famílias e dos seus negócios. Mal conseguem administrar os seus lares; o que fariam se tivessem maior responsabilidade? Não muito diferente acontece na Igreja também. Quem nunca quis dar conselhos ao padre, ao bispo e ao papa? Com toda razão, talvez, mas nem sempre quem distribui sentenças aplica os mesmos critérios para si mesmo. Com isso não quero dizer que não podemos mais falar ou criticar. Ao contrário, a correção fraterna é evangélica e salutar entre amigos e irmãos. Quando, porém, a crítica é estéril, ou é a descarga de mágoas, invejas e frustrações, ela não serve nem para quem a recebe e nem para quem a dispara.

De acordo com nossas responsabilidades, cada um de nós tem muito a melhorar, simplesmente procurando cumprir bem o que se supõe seja o seu dever, ou, ao menos, o seu trabalho cotidiano. Assim os pais poderiam caprichar mais na educação dos seus filhos. Os educadores deveriam ensinar mais humanidade e amor à vida própria e a dos outros. Quem julga, deveria julgar com justiça. Quem administra, fazê-lo com mais honestidade e lisura. Quem comunica, buscar a verdade e não o seu próprio interesse. Quem deve evangelizar também deveria fazê-lo com alegria, entusiasmo e competência, deixando de lado outras preocupações.

Todos precisamos nos agarrar mesmo às agulhas e às linhas de nossas vidas. Fazer bem o que está ao nosso alcance, no dia a dia, sempre será a melhor chave para entrar no Reino do Céu. Se isso ainda nos interessa.

Dom Pedro José Conti

KAIRÓS 2009



PARTICIPE CONOSCO DA GRANDE FESTA EM HONRA A CRISTO REI DO UNIVERSO

Sábado, dia 05 de DEZEMBRO na Sede do DJC-Cascave,às 17h.

Louvor

oração

Pregação da Palavra de Deus.


Venha experimentar da graça salvifica do Senhor que tem o poder de nos livrar das trevas:JESUS CRISTO