E TEMPO DE VIVER O AMOR



Quantos Natais Deus já nos concedeu a Graça de celebrarmos, mas a medida que vamos compreendendo a dimensão do amor que se doa perpetuamente, nosso coração passa a viver uma experiência única, pois passamos a experimentar da graça, de vivê-la em sua plenitude como sacrários vivos de Deus que dá por inteiro e vem ao encontro do homem,mesmo em nossa tão grande pequenez. Ai habita o mistério,incompreensível, talvez, mas plenamente justificável.E quem dele experimenta, testemunha.

Desejo que neste Natal essa graça seja vivida plenamente em nossos corações e juntos posssamos cantar glórias ao Senhor porque dela vivemos e por ela somos sustentados.

Quão piedoso é o Senhor quem vem nos arrancar da escuridão e nos fazer resplandecer em sua glória. Quão majestosa é sua presença que faz de nossos corações, tão fracos e pequenos, trono de sua realeza, presépio ideal.

O amor nasceu, é tempo de nos abrir para experimentar, para crescer no amor...para viver o AMOR;amor que exige compromisso, doação renúncia de si memso.

A todos, um feliz e Santo Natal!

O segredo da Samaritana



Os textos do evangelho de S.João são sempre emblemáticos para quem os lê e com eles reza. Eles se entranham em nós e são fecundos de vida. A Palavra ilumina e faz expandir aquilo que somos diante de Deus e do que Ele é para nós.

Assim que fazemos a opção por Jesus, depois de uma experiência forte com o Espírito Santo, quando passamos a assumir nossa identidade de filhos de Deus e ultrapassamos a barreira do ritualismo e da mera tradição cultural católica, descobrimos a Palavra de Deus e começamos a devorá-la. A palavra é exatamente essa: devorar. É a fome e a sede mais profunda da alma que se manifesta e que passa a ser saciada com aquilo que verdadeiramente a sacia. E o evangelho de S.João oferece verdadeiros banquetes para a alma. Quase sem perceber decoramos partes dos textos, e passamos a nos referir aos capítulos e seus respectivos temas e personagens com a maior liberdade. Falamos do cego de nascença (Jo 9), do Bom Pastor (Jo 10), de Nicodemos (Jo 3), da oração de Jesus por nós (Jo 17), da pecadora pública de Jerusalém, pega em adultério e perdoada (Jo 8), do discurso sobre a Eucaristia e o Pão da Vida (Jo 6)... E assim, sucessivamente, personagens e relatos nos revelam Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor, aquele que morreu e ressuscitou, e como Ele se comunica e relaciona com aqueles que são seus. O discípulo que se auto-alcunha de discípulo amado, revela como ninguém o amor de Jesus, o Amor do Pai, as entranhas do coração de Deus. Se alguém quiser saber como se parece, como sente, quais os desejos mais autênticos, que espírito move o coração do Deus dos cristãos, que o descubra e se abasteça do que nos revela João, o caçula dos apóstolos.


Um dos encontros mais belos do quarto evangelho é o de Jesus com a Samaritana. Muito conhecido, muito explorado, já exaustivamente comentado o diálogo travado entre esta mulher pagã, não judia, com Jesus. Ela que se torna grande e corajosa evangelizadora, após ter ela mesma bebido da água viva oferecida por Jesus, e não somente da água do poço de Jacó. Entretanto, o que há de novo neste encontro que seja luz para nós? O que há de novo na Palavra de Deus que nos faça crescer na vivência concreta e diária do Evangelho?

Creio que valha a pena nos determos no que acontece entre o encontro de Jesus com essa mulher e a partida dela, em missão, em aberta evangelização na região onde vivia. O que acontece entre o primeiro passo e o resultado dele é o encontro de amor com o Esposo. É Jesus quem toma a iniciativa de puxar conversa. Ele está à espera. Isso nos dá a certeza de que, como evangelizadores, semeadores da Palavra e construtores do Reino, (aquilo que somos chamados a ser quando assumimos a vocação Shalom), nosso papel é levar a pessoa, qualquer pessoa, todas elas, ao encontro de Jesus, onde Ele a espera, o espera. Jesus espera aqueles que são seus e lhes foram dados pelo Pai e com eles trava um diálogo de verdade de, na verdade, começando um relacionamento pessoal que vai ao encontro de tudo o que a pessoa precisa para se tornar adoradora e livre em ‘espírito e em verdade’.


Seguindo os passos da Samaritana e vendo esta conversa acontecer, notamos que o Senhor a alcança onde está a sua maior vulnerabilidade: na sua vida sexual, nos seus afetos e emoções, nos seus relacionamentos amorosos com o sexo oposto. Sem que Ele alcance esta dimensão da sua existência ela não poderia se tornar aquilo que ela vem a ser: um testemunho livre e eficaz. Não sei se entre nós há muitas pessoas que tenham tido cinco maridos ou cinco mulheres, cinco ‘companheiros ou companheiras’, com quem tenham vivido maritalmente. Mas creio que entre nós há inúmeros corações que amaram e se apaixonaram e se envolveram emocionalmente e até fisicamente com cinco ou até mais do que cinco pessoas. E é aí que Jesus quer tocar, quer pensar as feridas (sendo Ele mesmo o Bom Samaritano!), quer soprar ressurreição. Jesus não se escandaliza absolutamente com nada que diz respeito a nós, pois ele sabe o que há no coração humano, mas Ele seguramente quer nos dar um sopro de vida que nos sacie a sede de amor, libertando-nos de tantos jogos e comportamentos que só nos tem levado à dor, à solidão e ao pecado. Ele quer se apresentar a nós como o Esposo, ensinando-nos a não mais buscar nas pessoas aquilo que somente Deus pode dar. Ele é o Esposo que nossas vidas anseiam sofregamente encontrar.


Quando a Samaritana replica e pede: ‘Dá-me de beber!’, ela pede a Jesus o dom do Espírito para conseguir libertar-se de suas desordens afetivas. E aí aparece o Esposo que se apresenta e pede água e dá água viva! Seguramente naquele tempo, mesmo havendo fofoca e falatório, não poderia haver tanta exposição das desordens sexuais-comportamentais à luz do dia como vemos hoje na TV, no cinema, na internet e no ambiente social que nos cerca e no qual vivemos. Mas seja às claras, seja escondido, pois as realidades existenciais do ser humano são atemporais, o Senhor nos espera para que a Ele entreguemos todas as desordens sexuais e relacionais presentes em nossa história.

Não adianta abafar, não adianta esconder, nem tampouco negar as marcas deixadas em nós, no corpo, na mente, nos afetos e na alma, pelas concupiscências de nossa própria carne e da carne dos outros em nós! Quantas pessoas sofreram agressão sexual, abuso sexual! Quantas pessoas sentem em si mesmas a desordem e a compulsão manifestada no homossexualismo, na masturbação, nos jogos de sedução e manipulação do próprio corpo e do corpo alheio, entre homens e mulheres, entre mulheres e homens! Quanto mau uso do corpo humano em busca de amor e de segurança!

Mesmo que já estejamos ativamente empenhados na evangelização, o Senhor nos convida a não esconder nada dele, a não deixar qualquer sombra maculando nossa alma. O Senhor quer fazer brilhar a limpidez da água viva onde se encontram as vergonhas e a mesquinhez, nosso calcanhar de Aquiles, nosso pecado e tudo o que ficou distorcido como consequência dele no entendimento que temos sobre nós mesmos. Jesus quer nos ensinar a viver plena e livremente o dom da nossa sexualidade e identidade, o dom de nosso corpo. Jesus não nos quer vivendo de aparências, com vida dupla ou de discursos. Jesus pede que chamemos ‘os nossos cinco maridos’ – e cada um sabe o nome que cada um assumiu em sua história de vida! – e os apresentemos a Ele. Só assim Ele pode se tornar verdadeiramente nosso Esposo.

E nesse caminho, é a graça da castidade, dom do Espírito, que fará de Jesus verdadeiramente o Esposo. É o dom da castidade que torna Jesus o grande amor de nossas vidas, e coloca aos poucos a ordem do amor original em nós. Seja qual for nosso estado de vida Jesus não nos quer impuros ou puritanos, reprimidos ou depravados. O mais belo de todos os homens, quer fazer este novo em nós: quer arrancar-nos das mentiras e das manipulações da cultura secular que nos empurra para o pecado e para a mentira, e quer fazer de todos nós belos e belas como Ele, almas esposas. Só assim nosso testemunho será fecundo como foi o da Samaritana. Só assim daremos prova de verdadeira conversão. E que o Esposo nos ajude a jamais desanimar...

Fonte-Comunidade Shalom

Agulha e linha - O caminho da santidade


Um conto dos padres do deserto diz que certo monge, vendo a morte chegar, pediu aos seus companheiros que lhe trouxessem a chave do céu: queria morrer agarrado a ela. Um companheiro saiu correndo e lhe trouxe a Bíblia, mas não era isso que o agonizante queria. Outro teve a idéia de trazer a chave do sacrário, também não deu certo. Foi então que alguém que conhecia melhor o doente foi buscar agulha e linha. Agarrado a esses objetos prosaicos, o irmão passou mais tranqüilo para a vida eterna. Era o alfaiate da comunidade: sua chave para o céu era a atividade diária, carinhosamente realizada para servir aos seus irmãos.

A historinha nos leva a entender que o trabalho cotidiano do monge foi a sua verdadeira chave para entrar no céu. Com certeza ele também devia ter rezado muito, meditado bastante, talvez jejuado nos dias certos, e cultivado algumas dezenas de outras virtudes. No entanto ele sabia muito bem que tudo dependia de como ele havia exercido o seu maior serviço na comunidade.

O caminho da santidade pode passar por momentos extraordinários, gestos de heroísmo, façanhas memoráveis; porém passa, em primeiro lugar, por aquilo que fazemos bem ou mal no dia a dia. Todos nós reconhecemos que, em nossa vida, é muito mais pesado o dever cotidiano do que alguns momentos de esforço, difíceis sim, mas passageiros.

É por isso que João Batista, o precursor, deu respostas diferentes para os diversos grupos de pessoas que lhe perguntavam: “O que devemos fazer?” Todos deviam partilhar o que estava sobrando de suas roupas e de sua comida. A solidariedade com os necessitados e carentes é o primeiro passo para iniciar uma nova vida. Sem desprendimento não há verdadeira conversão. Depois o profeta do deserto apontou escolhas diferentes para os cobradores de impostos, que extorquiam o povo, e para os soldados que deviam aproveitar demasiadamente da sua força e das suas armas. Significa que cada um deles, naquele tempo, como também nós, hoje, devemos encontrar o nosso próprio caminho de conversão, a partir do lugar onde estamos.

No entanto, nós adoramos apontar onde os outros deveriam mudar e o quê deveriam fazer para dar certo. Mais uma vez é muito mais fácil criticar os outros, ou declarar como nos comportaríamos se estivéssemos no lugar deles, do que começar a corrigir e a melhorar a nossa própria vida.

Os exemplos não faltam. Muitos sabem perfeitamente o que eles fariam se fossem o presidente ou o governador. No entanto poderiam começar a cuidar melhor das suas famílias e dos seus negócios. Mal conseguem administrar os seus lares; o que fariam se tivessem maior responsabilidade? Não muito diferente acontece na Igreja também. Quem nunca quis dar conselhos ao padre, ao bispo e ao papa? Com toda razão, talvez, mas nem sempre quem distribui sentenças aplica os mesmos critérios para si mesmo. Com isso não quero dizer que não podemos mais falar ou criticar. Ao contrário, a correção fraterna é evangélica e salutar entre amigos e irmãos. Quando, porém, a crítica é estéril, ou é a descarga de mágoas, invejas e frustrações, ela não serve nem para quem a recebe e nem para quem a dispara.

De acordo com nossas responsabilidades, cada um de nós tem muito a melhorar, simplesmente procurando cumprir bem o que se supõe seja o seu dever, ou, ao menos, o seu trabalho cotidiano. Assim os pais poderiam caprichar mais na educação dos seus filhos. Os educadores deveriam ensinar mais humanidade e amor à vida própria e a dos outros. Quem julga, deveria julgar com justiça. Quem administra, fazê-lo com mais honestidade e lisura. Quem comunica, buscar a verdade e não o seu próprio interesse. Quem deve evangelizar também deveria fazê-lo com alegria, entusiasmo e competência, deixando de lado outras preocupações.

Todos precisamos nos agarrar mesmo às agulhas e às linhas de nossas vidas. Fazer bem o que está ao nosso alcance, no dia a dia, sempre será a melhor chave para entrar no Reino do Céu. Se isso ainda nos interessa.

Dom Pedro José Conti

KAIRÓS 2009



PARTICIPE CONOSCO DA GRANDE FESTA EM HONRA A CRISTO REI DO UNIVERSO

Sábado, dia 05 de DEZEMBRO na Sede do DJC-Cascave,às 17h.

Louvor

oração

Pregação da Palavra de Deus.


Venha experimentar da graça salvifica do Senhor que tem o poder de nos livrar das trevas:JESUS CRISTO

A Justa Estima do Outro



"Amarás o teu próximo como a ti mesmo"

Nós não podemos dizer que amamos a Deus se não amamos os nossos irmãos. Deus nos criou para amar a Ele e aos nossos irmãos por amor a Ele, por isto não basta amar a Deus e amar o homem de forma separada e de uma maneira qualquer.

Nós amamos por que Deus nos amou primeiro e Ele nos dá, como ponto de referência e parâmetro do amor que devemos ao irmão, o amor que temos por nós mesmos.

Uma coisa é certa: PARA AMAR OS OUTROS É PRECISO AMAR ANTES A SI MESMO. Precisamos aprender a nos amar, a termos a justa estima de nós mesmos, a verdadeira imagem, a auto-imagem correta e normal, isto é, saber que a nossa imagem se acha fundamentalmente dotada de elementos positivos, com contornos limitantes que dificultam o agir, mas não constituem a essência do nosso ser. O centro do ser é positivo, mas no seu todo o ser é limitado. Esta é a condição humana. Existem em todo homem e em toda mulher virtudes e defeitos, riquezas notáveis e impulsos incoerentes com a estrutura pessoal, mas que são parte dela. Quem se desvaloriza ou então quem acredita ser mais do que os outros, dificilmente é um bom amigo de si mesmo. Cada qual, de fato, tem a própria medida. Não tem sentido aspirar a coisas muito grandes, como também é um absurdo julgar-se um miserável.

É sábio quem procura a própria medida, porque, na verdade, é aquela que mais lhe assenta, isto é, se identificar a nível ontológico. Somente neste nível podemos perceber a positividade radicadaem nossa natureza de homens e de criaturas de Deus, chamados a ser conformes à imagem de seu Filho.

A autêntica experiência de Deus nos leva ao amor de nós mesmos. Quanto mais conhecemos a Deus, mais descobrimos que ele nos ama. Quanto mais nos aproximamos da fonte do amor, mais nos tornamos sempre mais dignos de amor.

O AMOR AO PRÓXIMO:

Chegados a este ponto, é possível amar o próximo. Somente uma pessoa em paz consigo mesma pode amar também o irmão. E o amará precisamente como ama a si mesma. Terá um amor que não está fundamentado nas qualidades e defeitos, mas que vê o valor radicado em seu próprio ser, isto é, não basta não pensar bem, não se trata de fechar os olhos sob aspectos negativos dos outros, nem simples gesto de cortesia. O amor verdadeiro leva a uma percepção profunda do outro, a um olhar agudo e límpido para descobrir o valor interior do outro, a um abrir-se a verdade do outro, quer dizer, TODO SER HUMANO É DIGNO DE SER AMADO, INDEPENDENTEMENTE DE SUA CONDUTA OU DE SEUS MERECIMENTOS E QUALIDADES. O amor aos nossos irmãos deve estar ligado aos valores fundamentais da sua existência e como tal é incancelável, apesar da sua aparente indignidade.

A estima sincera do outro é o primeiro ato de amor, mas eficaz, significativo e verdadeiro, pois um ato de caridade sem a estima sincera do outro, é apenas beneficência, que pode provocar humilhação ou engano, e nós não somos chamados a sermos apenas beneficentes, mas bondosos e amorosos com os nossos irmãos.

É sinal de estima sincera e de amor verdadeiro estimular o outro para o seu bem, que é estimular o ou outro para o centro da vontade de Deus. Descobrimos então a relação direta e indireta entre a imagem que temos do outro e seu crescimento, porque muitas vezes assumimos conscientemente, ou não, um comportamento que induz sutilmente o outro a agir de acordo com a imagem que tínhamos feito dele: quanto mais formos rígidos nessa imagem mais estimularemos o comportamento correspondente. Muitas vezes estimulamos o outro a ser exatamente aquilo que, depois, contestamos e condenamos (naturalmente sem má intenção).

Precisamos entender que até mesmo a simples maneira de ver o outro tem influência sobre ele e sobre a imagem que ele tem de si, como os julgamentos, mesmo os que não manifestamos, e o tipo de relacionamento que estabelecemos com ele.

A caridade verdadeira nasce do coração e do modo de ver o outro na sua verdade, no seu valor como pessoa, como ser humano. É ingênuo pensar que podemos ser caridosos simplesmente porque não manifestamos nossos julgamentos negativos, iludindo-nos de poder cobrir tudo com o amor. É importante sabermos separar a fraqueza do irmão e o seu valor como pessoa para assumirmos a responsabilidade de que temos por ele e pelo seu crescimento. Portanto com as suas quedas eu sofro, com suas virtudes fico feliz, com o seu sofrimento procuro ajudá-lo. Não é possível sermos santos e agradar a Deus, sem tomar conhecimento de quem está ao nosso lado. Muitas vezes ignoramos "onde estava" nosso irmão, como Caim, que não quis se sentir responsável pelo irmão (Gen 4, 9).

A experiência de Deus que não passa pelo irmão é apenas ilusão, e da ilusão não pode vir amor verdadeiro e sincero.

Quem estima sinceramente seu irmão se sente responsável por ele, pela sua salvação, fará de tudo para estimulá-lo, dia-a-dia, para o bem, para Deus. Mesmo que o irmão se desvie do verdadeiro bem com o seu comportamento, não deixará de descobrir e crer na sua capacidade positiva de melhorar, porque ele é muito melhor do que parece e poderá ser fiel àquele projeto que Deus tem para ele. Essa confiança no outro é uma força estimuladora, é maior do que o pecado e gera:

- A força de vencer o mal porque é capaz de redescobrir o bem ou de salvar a intenção, de dar novamente esperança ou de convidar o outro de novo a caminhar para Deus, nem que seja juntos quando o outro não está muito interessado.

- Pode mudar o irmão, ainda que a longo prazo, com muita paciência e discrição, sem paternalismo, mas com desejo sincero de levá-lo a crescer na amizade com Deus.

- Desta forma torna-se para o irmão um canal da graça de Deus, pois sua Palavra e vida transmitem-lhe, direta ou indiretamente, mas sempre com entusiasmo e convicção, a mesma mensagem da busca comum de Deus.


É um amor que se caracteriza pela preocupação pela existência do outro. Realiza-se no dar sem expectativa de retribuição, em viver sem esforço o dom daquilo que é necessário à pessoa amada.

A sexualidade é transformada em nível mais alto, em sentimento oblativo. O amor em tal contexto supera dia após dia suas limitações e tende a expandir-se até o nível da região profunda do ser, indo aí desfrutar de suas riquezas.

Quando duas pessoas vivem neste clima espiritual, o encontro significa comunhão verdadeira porque é uma comunhão a nível do ser. Existe tamanha reciprocidade que permite alcançar o nível da unidade, da comunicação e da gratuidade. A comunhão é tão forte que se chega a desejar dar a vida pelo outro, a ponte de não hesitar em derramar o próprio sangue, se necessário. É um amor onde quase não há lutas, necessidades, expectativas. Tem como recompensa única a alegria da própria pessoa amada. É este amor que vê no outro um valor enorme, e ao mesmo tempo relativo ao amor que dar a Deus. É um amor gratuito, feito de presença, de proximidade, atenção e serviço (aquilo que é meu é teu). Este amor supera o instinto e o sensível. "É osso dos meus ossos, e carne da minha carne" (Gen 2, 23).


O QUE É A VERDADEIRA AMIZADE:

O verdadeiro amigo não adula e nem rejeita o outro, mas o estimula a amar como ele ama. Isto é que é a sua felicidade, amá-lo como a si mesmo.

Não é um tipo de piedosa associação de ajuda mútua que procura eliminar a solidão através de gratificações recíprocas, mas que na prática acaba por frear a caminhada de experiência de Deus e de maturidade humana.

Nossos relacionamentos não devem ser de apenas bons vizinhos, muito superficiais para serem fonte de estímulo recíproco na busca de Deus.

Não deve existir entre nós ciúmes, competições, dominações, pois não somos propriedade dos outros e nem os outros são propriedades nossas. Não podemos querer que os outros sejam conforme nós imaginamos ou desejamos, antes devemos amá-lo a partir daquilo que nos incomoda nele. Não amamos para transformar ninguém e sim para levá-los a experiência com Deus, para levá-los ao amor de Deus, para levá-los a verdade de Deus e isto não se realiza pela força das nossas palavras, nem pelas nossas criticas. Não podemos levar os nossos irmãos no peito e na raça, tentando enquadrá-los dentro daquilo que gostamos e que aceitamos.

Caminhos para crescer no amor

1.Atenção ao outro (como Maria): a Deus e aos homens.


2. Comunicação profunda com o outro: capacidade de expressar através da linguagem todo seu dom e também capacidade de escutar em profundidade.

O QUE SIGNIFICA ESCUTAR EM PROFUNDIDADE:

Entrar no mundo da interioridade do outro com o coração disposto a acolher, não julgar, serenidade e calma, paciência, interesse pelo outro e pela vida que leva, por seus sentimentos. A comunicação não exige muito falar. Comunicar não significa perder a autonomia e a liberdade de pensamento.


3. Respeito pela autonomia do outro:

O amor profundo não manipula as pessoas, como se manipula objetos, porque só existe verdadeiro crescimento a partir de dentro. O respeito pela autonomia do outro é amor porque onde existe respeito tem-se uma presença discreta, que não impõe, que não ergue barreiras e obstáculos; a fé constante na capacidades de auto-desenvolvimento das forças vitais que orientam o outro para aquilo que lhe faz bem.

A maioria das pessoas tem o secreto e inconsciente receio de que a autonomia do outro crie problemas, traga obrigações e por isso tende a oferecer inúmeros conselhos, a ficar projetando soluções.

Amar é pôr-se diante do outro numa atitude de grande respeito por suas opções e tomadas de decisão, suas demoras, seus ritmos de crescimento, para que sua autonomia amadureça sempre mais e a relação vá progredindo em direção à profundidade.


4. Expressão de amor profundo:

O amor tem que traduzir-se em atos que exprimam aquilo que se vive, traduzir-se em gesto que gerem outro amor. Não basta dizer a uma pessoa que você a ama. É necessário também que ela o perceba através dos atos, faça o que for necessário para que, de sua parte, floresça a confiança, a familiaridade, a intimidade.

Que expressão escolher? Como manifestar o amor profundo?

dar o melhor de si mesmo ao outro. Todas as suas expressões sensíveis e visíveis deveriam seguir essa trajetória (a sensibilidade, os impulsos, a própria sexualidade).

Exemplos: uma saudação, uma carta, um encontro, o tratar-se com familiaridade e intimidade, um aperto de mãos, um beijo, um gesto de carinho, uma ajuda esperada, a lembrança de uma data particular, uma palavra de estima, de conforto e de estímulo.

Dar alguma coisa ou dar-se a si mesmo a uma pessoa implica uma renúncia que empobrece, mas esta renúncia produz alegria, pois o ato de dar produz mais alegria do que o de receber, não pela privação ou pela renúncia em si, mas pelo dom que exprime a própria vitalidade oblativa, a própria fecundidade.

Este movimento de dar provoca o crescimento do outro que recebe e de quem dar. Nem sempre no dom há alegria, e tanto mais falta alegria quanto mais estiver presente a procura de si mesmo. Mas sempre há alegria quando a pessoa se preocupa ativamente com a vida e o bem daquele que se ama e ao qual se dá alguma coisa. O amor se torna assim não um gesto sentimental, mas um ato originado pela "vida profunda", que intui no outro uma necessidade, confessada ou não, e lhe dá socorro, prevenindo-a.

5. O amor leva ao conhecimento da pessoa (ver além das aparências):

Sem conhecimento não existe amor. O conhecimento da pessoa que se quer amar não se detém na periferia, mas chega ao fundo de sua vida e de seu ser. Amar é conhecer o núcleo desta vida e deste ser escondido nela. Toda pessoa é muito mais do que aquilo que aparenta aos olhos dos outros.

Fonte:Comunidade Católica Shalom

As sete faces do amor



Nosso sucesso está em amar os outros

Estas reflexões estão fundamentadas em G. Chapman, no livro “O Amor como Estilo de Vida”. Ser amado, deixar-se amar, crer no Amor de Deus constituem a alegria de viver. Só os amados mudam. O amor é uma força transformadora e propulsora. Nosso sucesso está em amar os outros. O amor não é só uma emoção, mas, decisão, atitude, ação. Portanto, decidimos amar, escolhemos amar, optamos por amar. É preciso esforço para sermos pessoas capazes de amar.

Eis as sete faces do amor:

1. A gentileza. É a alegria de ajudar os outros, ou ainda, é reconhecer e acolher com afeto as necessidades dos demais. A gentileza transforma encontros em relacionamentos. A pessoa gentil quer servir o próximo porque o valoriza e o respeita como pessoa. Gentileza é gesto de amor altruísta e por isso transforma as pessoas. As palavras gentis têm grande poder de cativar e até de curar porque expressam reconhecimento, respeito, atenção pelo outro, são palavras construtivas, cativantes, salvadoras. A gentileza faz bem para nós e para os outros, causa-nos alegria e dá importância aos outros.

Gentileza é cortesia, generosidade, respeito, amabilidade. Os gestos mais comuns da gentileza são: agradecer, ajudar, saudar, informar, sorrir, atender, elogiar, pedir desculpas.

2. A paciência. Consiste em compreender e aceitar as imperfeições dos outros. É permitir a alguém ser imperfeito. É entender o que se passa dentro do outro, acolher seus sentimentos e os motivos de suas atitudes. Paciência não é concordar, é compreender; não julgar e não condenar. Nossa paciência permite ao outro crescer, mudar, ter nova chance para melhorar.

Quem tem consciência das próprias imperfeições e cultiva um espírito positivo, tem condições de ser paciente. A humildade nos torna pessoas dotadas de paciência, porque saímos de nós mesmos, sofremos com a situação dos outros e os acolhemos.

3. O perdão. Perdoar não é fácil, mas é atitude sábia e saudável. Quem perdoa oferece ao ofensor a chance de ele melhorar. O perdão nos livra de doenças, insônias, vinganças, ódios, que são sentimentos destrutivos, e possibilita a convivência, a saúde e a felicidade. Perdoar é reencontrar a alegria, a paz interior e social. Perdoar é ter amor de mãe, amor sem medidas, amor de misericórdia que reata amizades e relacionamentos. Quem perdoa faz bem a si mesmo, compreende as limitações alheias e constrói a reconciliação e a paz social.

4. A cortesia. Significa tratar os outros como amigos porque toda pessoa é digna, original, única, valiosa. A cortesia no trânsito, no ônibus, nas filas, no relacionamento com os vizinhos, no dedicar tempo aos outros, no receber bem os que chegam, no saber agradecer, prestrar atenção, pedir desculpas, são inestimáveis gestos de amor. No cotidiano podemos praticar a cortesia por meio de uma conversa; pedir licença, ajudar idosos ou alguém em dificuldades, aceitar as incompreensões dos outros.

5. A humildade. É saber reconhecer os próprios valores e imperfeições e acolher os valores e fraquezas dos demais. Humildade é autenticidade, verdade e realismo. A palavra "humildade" vem de "húmus" (barro, terra), que é a raiz da palavra “homem”. Somos todos de barro. A humildade está nessa igualdade de dignidade, na irmandade que formamos a partir do barro, do pó e até da lama. Aceitar a ajuda dos outros, reconhecer os erros, afirmar os valores dos outros, alegrar-se com o sucesso de nossos próximos e de seu bem-estar, tudo isso é humildade.

6. A generosidade. Define-se pela doação aos outros, é o amor que se doa, que sabe servir, dedicar tempo aos demais, ter a coragem do desapego de si e das coisas para partilhar. A generosidade é gêmea da solidariedade, da dádiva, do dom. "Há mais alegria em se doar que em receber", ensina a Palavra de Deus. A pessoa generosa é capaz de renúncias e de sacrifícios pelo bem alheio.

7. A honestidade. É dizer a verdade com amor, não inventar desculpas para justificar os próprios erros, falar os próprios sentimentos e emoções, aceitar as limitações pessoais, como também os dons, as qualidades, os sucessos. A integridade da pessoa honesta está na veracidade das palavras, na transparência das atitudes, no compromisso com a verdade.

Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina - PR

Cristo Rei



Será que você tem deixado Cristo ser o Senhor e o dono de sua vida?

Muito significativo para nós este dia em que proclamamos em alta voz: Jesus Cristo é o Rei no Universo, da Igreja e de nossas vidas. Nada e ninguém pode tirar isto de nós! Mas será que a nossa vida diz e expressa que Jesus é o Rei e o Senhor, Aquele que tem a realeza e supremacia sobre nós? Pergunta que cabe a cada um de nós responder ao próprio Jesus.

Contudo, queremos entender o significado desta festa para a Igreja.

Hoje, último domingo do Ano Litúrgico, celebra-se a Solenidade de Cristo Rei do Universo. Desde o anúncio do nascimento do Senhor, o Filho unigênito do Pai, que nasceu da Virgem Maria, é definido "rei" no sentido messiânico, ou seja, herdeiro do trono de David, segundo as promessas dos profetas, para um reino que não terá fim (cf. Lc 1, 32-33). A realeza de Cristo permaneceu totalmente escondida até aos seus trinta anos, transcorridos numa existência comum em Nazaré. Depois, durante a vida pública, Jesus inaugurou o novo Reino, que "não é deste mundo" (cf. Jo 18, 36) e, no final, realizou-o plenamente com a sua morte e ressurreição. Ao aparecer ressuscitado aos Apóstolos, disse: "Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra" (Mt 28, 18). Esta autoridade brota do amor, o qual foi plenamente manifestado por Deus no sacrifício do seu Filho. O Reino de Cristo é dom oferecido aos homens de todos os tempos, para que todo aquele que acredita no Verbo encarnado "não morra, mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16).

A realeza de Cristo, que nasce da morte no Calvário e culmina no acontecimento dela inseparável, a ressurreição, recorda-nos aquela centralidade, que a ele compete por motivo daquilo que é e daquilo que fez. Verbo de Deus e Filho de Deus, primeiro que tudo e acima de tudo, «por Ele — como em breve repetiremos no Credo — todas as coisas foram feitas», Ele tem um intrínseco, essencial e inalienável primado na ordem da criação a respeito da qual é a suprema causa exemplar. E depois que «o Verbo se fez homem e habitou entre nós» (Jo 1, 14), também como homem e Filho do homem, adquire um segundo título na ordem da redenção, mediante a obediência ao desígnio do Pai, mediante o sofrimento da morte e conseqüente triunfo da ressurreição.

Por isso, precisamente no último Livro da Bíblia, o Apocalipse, o Senhor proclama: "Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim" (Ap 22, 13).

Falando de algo pessoal. Será que você tem deixado o Cristo ser o Senhor e o dono de sua vida, de sua vontade? E até que ponto você tem deixado Aquele que é o centro, o Rei e tem o controle de todos as coisas, dirigir sua vida? Isso não nos constrange, mas nos leva a refletir qual o lugar que temos dado ao Senhor em nossa vida.

Que você tome a linda decisão de assumir em suas ações, sua vida e, principalmente, sobre sua vontade o Cristo, que é Rei e Senhor.

Padre Reinaldo C. da Silva

Encontro de Espiritualidade da Oração de Bênção

No dia 08 de Novembro reunimos os servidores do DJC-Cascavel na Comunidade da Bica. O encontro aconteceu sob as arvores na Casa de D. Lúcia, servidora do DJC na localidade.

O ambiente arejado favoreceu par que esse encontro enchesse de graças nossos corações.

Contamos também com a presença da coordenadora do DJC-Jovens da Vila Manoel Sátiro, Pauliny, que esteve conosco todo final de semana.

O que percebo é que Deus está fazendo crescer sua Obra aqui em Cascavel, na sua graça. Os corações estão se abrindo e a graça esta sendo operada.

Veja o que disse alguns de nosso irmãos lá presentes:

" Esse é um momento que deve sempre acontecer. Nosso coração fica cheio de alegria e de Deus" (Marister)

"Espero que esses momentos de oração sempre aconteçam, pois é muito bom está com os irmãos". (Lúcia)

" Aprendi muito com a formação da Edilma. a formação da Leila tmabém foi muito boa. Me fez ver coisas que eu não havia percebido antes. Foi muito bom". ( Pauliny)

Foi um abençoado final de semana, pois esse encontro começou no sábado a noite (07/11) na Discipulado do Riacho Fundo com um grande momento de louvor, pregação e oração de bênçãos. " Deus é a fonte de água viva. Quem a Ele busca tem sua sede saciada.

Quando o coração se abre Deus não lança sua graça no chão. Nossa fidelidade ao Senhor nos faz experimentar das maravilhas que só são reveladas do coração do Pai ao do Filho.

Somos extremamente gratos ao Senhor porque nos escolheu e nos confiou tão grande missão. Permaneçamos unidos em oração para que sejamos sempre zelosos e nos comportemos de modo dignos da vocação a que fomos chamados.

Confira algumas fotos.








ENCONTRO DE ESPIRITUALIDADE







Personalidade e maturidade



É muito comum a confusão que se faz com os termos

O que podemos entender sobre personalidade? Existem muitas linhas de estudo na psicologia e cada uma delas mostra um “conceito” sobre o que é personalidade. Em linhas gerais, personalidade é definida pela totalidade dos traços emocionais e de comportamento de um indivíduo, ou seja, seu caráter. Seria como se traduzíssemos aquele jeito de ser da pessoa, o modo de sentir as emoções ou agir do outro.

É muito comum a confusão que fazemos com tantos termos utilizados nos meios de comunicação, entre amigos, nos bate-papos, feitos até mesmo de forma inadequada. Já pensou quanta coisa você já ouviu dizer? Temperamento, personalidade e caráter são palavras utilizadas com frequência há muito tempo, mas quase sempre de forma confusa ou mesmo errônea.

Mas, então, qual a diferença entre temperamento e personalidade?

Temperamento representa a peculiaridade e intensidade individual dos afetos psíquicos e da estrutura dominante de humor e motivação. Foi um dos primeiros estudos na medicina sobre a correlação entre os humores corporais com as reações humanas, divididos entre fleumático, colérico, sanguíneo e melancólico. Entende-se ainda como uma disposição inata e particular de cada pessoa, pronta a reagir aos estímulos ambientais; é a maneira interna de ser e agir de uma pessoa, geneticamente determinado.

Personalidade é formada durante as etapas do desenvolvimento psico-afetivo pelas quais passa a criança desde a gestação. Para a sua formação incluem tanto os elementos geneticamente herdados (temperamento) como também os adquiridos do meio ambiente no qual a criança está inserida.

Existe uma citação bibliográfica que comenta a complexidade de compreender os aspectos do comportamento humano, que vale a pena compartilhar: “Compreender os aspectos e a dinâmica da personalidade humana não é tarefa simples, vista a complexidade e variedade de elementos que a circundam, gerados por diversos fatores biológicos, psicológicos e sociais. Com relação aos aspectos sociais, quanto mais complexa e diferenciada for a cultura e a organização social em que a pessoa estiver inserida, mais complexa e diferenciada será a personalidade. Do ponto de vista biológico, a pessoa já traz consigo, em seus genes, diferentes tendências, interesses e aptidões que também são formados pela combinação dinâmica entre diversos fatores hereditários e uma infinidade de influências sóciopsicológicas que ela recebe do meio ambiente” (FERNANDES FILHO, 1992).

A personalidade é única, adaptável, mutável, dinâmica e ligada numa estrutura biopsicossocial. Mesmo que tenhamos traços parecidos com os de outra pessoa, somos únicos, porque vivemos de forma diferenciada cada fase de nossa vida, somos apresentados a estímulos (escola, lazer, religião, etc.) de uma forma particular, e isto, em sua totalidade, nos dá esta vivência.

Alguns fatores, chamados de hereditários, determinam nossa forma de ser desde nossa concepção. Estatura, reflexos, temperamento e toda a herança genética dos pais colaboram com a personalidade. Mas, convivendo em sociedade, temos nossa personalidade influenciada por aspectos ambientais, ou seja, aqueles ligados à cultura, hábitos familiares, grupos sociais, escola, responsabilidade, moral, ética, entre outros. Tais experiências vivenciadas pela criança, vão, portanto, formando sua personalidade.

Alguns aspectos diferenciam o que se percebe que está relacionado ao temperamento e à personalidade.

Temperamento

É biologicamente determinado.

Características temperamentais podem ser identificadas já cedo, na infância.

Diferenças individuais com características temperamentais como ansiedade,

extroversão-introversão, também são observados em animais.

Apresenta-se como “estilos de pessoa”; estilo do melancólico, colérico, etc.

Personalidade

É fruto de um ambiente social.

É moldada durante os períodos do desenvolvimento infantil.

É a prerrogativa de seres humanos.

Contém aspectos do comportamento.

Refere-se à função de integrativa do

comportamento humano.

Ao passo que as características temperamentais podem ser identificadas, já cedo, na infância, a personalidade é moldada durante os períodos de desenvolvimento infantil. Através do caráter de cada um, que é composto das atitudes habituais de uma pessoa e de seu padrão consistente de respostas para várias situações, que incluem aqui as atitudes e valores conscientes, o estilo de comportamento (timidez, agressividade e assim por diante) e as atitudes físicas (postura, hábitos de manutenção e movimentação do corpo), notamos o desenvolvimento humano. Ou seja, o caráter é a forma com que a pessoa se mostra ao mundo, com seu temperamento e sua personalidade; é a expressão do temperamento e da personalidade por meio das atitudes de uma pessoa. Quando conhecemos o caráter do outro, notamos claramente a manifestação da personalidade e o temperamento da pessoa; conhecemos, então, aquilo que essencialmente determina os atos de uma pessoa.

A maturidade se faz na personalidade quando o indivíduo é capaz de:

Compreender sua história familiar, aceitando-a e convivendo com ela.

Compreender suas emoções: saber distinguir entre certo e errado, sobre o que devo ou não fazer, sobre o fim de um relacionamento ou aquela paciência que se desenvolve entre os casais, entre as pessoas que se amam.

Administrar suas responsabilidades e ter senso crítico sobre aquilo que assume, seja no trabalho, nos relacionamentos, no ambiente social do qual participa.

Aceitar-se tal como você é: com seus talentos, com suas limitações, com sucessos ou insucessos, com as habilidades ou limitações físicas; isso permite conviver e desenvolver aquilo que for necessário.

Autoconhecimento: chave para que todos nossos conteúdos se integrem e que nossa vivência social se torne mais adequada em cada momento de nossa vida.

Para tudo isso, não há uma fórmula mágica, mas as experiências sociais, religiosas, vivência de modo geral, auxiliarão de modo particular esse processo. E assim a maturidade, nossa percepção, crescerá gradualmente.

Elaine Ribeiro – Psicóloga

Ide pelo mundo

O seguimento de Jesus não comporta facilidades e comodidades passageiras, embora seja a fonte mais segura de todo prazer e satisfação possíveis para a vida do discípulo. As comodidades deste seguimento são as alegrias de se descobrir o gosto, supremo e nobre, de fazer da própria vida, permanentemente, uma oferta para o bem dos outros. Custe o que custar. Fazendo valer sempre o bem que edifica o outro, sua vida. Uma dinâmica de vida que inclui as exigências de rever, diariamente, modos de falar, posturas assumidas diante dos outros, motivações para escolhas e direcionamentos da própria ação quotidiana. Uma experiência de oferta sustentada pela certeza de se estar bebendo na fonte daquela realização humana e pessoal que fascina e move o coração de toda pessoa como dinâmica de procura.

São esforços e sacrifícios premiados com uma alegria duradoura e com a sabedoria de compreender o verdadeiro sentido da própria vida. Uma compreensão sem a qual a vida fica pesada; o dia a dia exigente para além do que se pode dar conta; e tudo parece difícil demais e quase impossível. Na contra - mão do que costumeiramente o coração humano procura como fonte de satisfação e alegria, o seguimento de Jesus possibilita a conquista de um jeito de viver pelo qual sacrifícios e esforços ganham um profundo sentido. O sentido que responde à procura mais profunda do coração humano, feito para amar e para realizar-se na experiência generosa da oferta. E assim, o Mestre, antes de ser levado aos céus e sentar-se à direita de Deus, vitorioso por sua oferta obediente à vontade de Deus Pai, marca o coração dos discípulos com este mandato: ‘Ide’. Um mandato rico desta dinâmica que exercitada e obedecida faz brotar no coração do discípulo os sinais desta alegria duradoura procurada por todos.

Ide


A vida do discípulo se constitui pela dinâmica do êxodo. Isto é, fazer-se discípulo e enriquecer o discipulado ocorrem na medida em que se assume audaciosamente a corajosa atitude de sair, partir, ir. O exemplo modelar é do Mestre e Senhor Jesus que marca a sua vida com um tríplice êxodo. O êxodo de sair do seio amoroso do Pai, vindo ao encontro da humanidade no assumir a sua condição. A saída de si na oferta generosa e incondicional de sua própria vida, morrendo na cruz e ressuscitando, para selar a aliança nova e redentora no seu próprio sangue. Ainda, a saída deste mundo, na sua ascensão, retornando ao seio do Pai, de onde Ele viera para gozar a glória suprema que recebe só quem amorosamente obedece a sua vontade. Assim, o discípulo é desafiado a sair de si para quebrar todo fechamento e impedir os riscos de organizar comodidades egoístas e mesquinhas, possibilitando-lhe dar as costas ao mundo ao qual ele é enviado.

Uma saída de si que atinge o ápice do seu sentido na medida em que se vai ao encontro dos outros, cada outro, lá onde estão, particularmente quando se considera a sua necessidade, seja ela de qual ordem for. E finalmente, a corajosa saída deste mundo para entrar também no gozo, verdadeiro e pleno, que só se encontra no seio amoroso de Deus Pai, o Pai do Senhor Jesus Cristo. Ide, pois, não é a indicação de uma simples tarefa a cumprir. É uma dinâmica existencial que, vivida com generosidade e incondicional confiança naquele que envia, dá forma ao coração do verdadeiro discípulo. O atendimento deste mandato o faz desabrochar e amadurecer para compreender e fazer, com prazer, da própria vida uma altar de generosas ofertas, redenção de si, com efetiva participação, pelo caráter de oferta, na obra redentora do seu Mestre e Senhor.

Pelo mundo inteiro anunciai

O mundo inteiro é o horizonte do discipulado. O mundo como ele é, cheio de dificuldades e com muitas contradições, armadilhas e ciladas, deixando-se conformar pelas dinâmicas que presidem o coração dos perversos, dos gananciosos e soberbos. Cada criatura é a razão da oferta do discípulo. Uma oferta que há de ser emoldurada pelo sentido insubstituível do anúncio do Evangelho. Um anúncio que inclui corajosa proclamação.

Uma proclamação que comporta um conteúdo a ser anunciado para tocar os corações com a força de sua própria interpelação. Uma interpelação indispensável para remover as crostas da indiferença, soberba, orgulho e presunção que amordaçam, facilmente, o coração humano e o impede de respostas proféticas e audaciosas generosidades. Uma interpelação veiculada pela proclamação e sustentada pelo testemunho. Uma fala destemida que se comprova no jeito de ser, criando convicções, renovando dinâmicas de vida e criando modos de viver que faz da vida de cada discípulo uma página viva deste Evangelho anunciado. Páginas vivas do Evangelho que vão forrando, com a novidade do amor de Deus, os corações e a organização comum da vida de cada dia. Um anúncio ao mundo inteiro com a força única de operar nele a redenção, garantida por aquele, Cristo Senhor, que é o conteúdo vivo deste Evangelho.

O Senhor os ajudava

O fascínio do discípulo e seu sustento vêm do Senhor. A obra a Ele pertence. Ao discípulo é dada a honra da participação e da colaboração, conformando a própria vida à do Mestre e Senhor, enquanto enfrenta o desafio de aprender que a vida verdadeira só se conquista pela força da oferta de si. Os percursos do caminho hão de ser fecundados pela consciência do envio e pelo sustento que advém do amor daquele que envia o discípulo ao coração do mundo para anunciar o Evangelho. A ajuda do Senhor, promessa garantida pela palavra dada e que vale, cria para o discípulo a condição de enfrentar os desafios com a força própria daquele que o enviou. E o anúncio, de novo, não é uma simples tarefa. É muito mais.

É uma autêntica experiência de crer. Crer naquele que envia, depositando nele toda confiança, e experimentando os milagres que Ele faz naqueles e por aqueles que, amorosamente, assumem a condição de discípulos. Uma condição que lhes outorga a força revelada nos sinais que estão no poder de expulsar demônios, estabelecendo no seu lugar a ordem do amor; a competência de falar novas línguas como conquista de diálogos que estabelecem a verdadeira comunhão, como condição indispensável para se conquistar a vida que não passa. Uma ajuda do Mestre aos seus discípulos pela garantia de livrá-los de todo mal e perigo, de modo que ‘se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal algum; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados’. E o discípulo, ofertando sua vida, incondicionalmente, vive a sorte do Mestre, na oferta e na glória.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

É possível ser santo?


“Sou santo!” Quando ouvimos uma declaração dessas nos assustamos ou achamos presunção, orgulho, vaidade. Facilmente retrucamos afirmando: “Santo de pau oco?!”

A santidade nos parece algo tão distante ou quem sabe meio impossível. Por isso nem pensamos em persegui-la para alcançá-la. Embora Jesus nos tenha ordenado: “Sede perfeitos (santos), assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mateus 5, 48).

Podemos mesmo pensar que a santidade seja um chamado e uma possibilidade apenas para algumas pessoas especiais como papas, bispos, fundadores de comunidades e congregações religiosas. Mas não é assim. A santidade é uma possibilidade para todos, de modo especial para os batizados.

No batismo, recebemos o Espírito Santo. Não costumamos dizer “fogo quente”, pois, trata-se de uma redundância, já que só será fogo se for quente; nem “gelo frio”, pelo mesmo motivo. Mas, podemos afirmar que o Espírito que recebemos no Batismo é Santo, pois este tem como função santificar. A função do fogo é aquecer. A do gelo, esfriar. A do Espírito, santificar.

No livro do Êxodo vemos uma bela passagem que nos pode ajudar a entender a santidade: “Moisés notou que sarça estava em chamas, mas não se consumia” (Êxodo 3, 2). Deus disse a esse profeta: “Tira as sandálias dos pés, porque o lugar onde estás é uma terra santa” (Êxodo, 3, 5).

Passemos o Novo Testamento à nossa vida.

a. A chama que queima e não se consome é o Espírito Santo, que recebemos em nosso batismo. Ele é Deus. Está em nós. É uma chama divina que habita em nosso interior e jamais se consome. Quando acendemos um fogo, se não pusermos lenha sempre que necessário, ele apagará. Consumida a lenha, termina o fogo. A chama do fogo do Espírito Santo é esta “sarça” que queima sem parar em nosso interior. Ela é capaz de queimar o tempo todo e não se consumir. Isso ocorre porque se trata de uma chama divina, portanto, não necessita que “se reponha a lenha”.

b. Esta terra é santa. Quem a santifica é a presença da chama ardente, que não se consome. Que permanece acessa. A terra torna-se santa devido à chama que nela está queimando. Aqui nos damos conta de que há verdadeiramente a possibilidade de sermos santos. A santidade é possível não porque sejamos uma terra santa por nós mesmos. Somos e continuamos pecadores, mas em nós arde uma chama, “a chama do amor”, a chama do Espírito Santo. Quem se deixa iluminar, é aquecido por ela. Quem segue este conselho da Palavra de Deus “deixai-vos conduzir pelo Espírito e não satisfareis os apetites da carne” (cf. Gálatas 5,16), crescerá em santidade, tornar-se-á “uma terra santa”.

Santidade é uma obra do Espírito Santo em nós. Assim como o fruto é uma “obra” da árvore; a pintura, do pintor; a escultura, do escultor; a santidade é uma ação do Espírito Santo Paráclito. Esta santidade poderá ser percebida pelos frutos daquela “terra” na qual arde a “sarça” do Espírito: “o fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança” (cf. Gálatas 5, 22).

c. “Tira as sandálias dos pés”. Posso pisar sobre um fio elétrico e levar um grande choque ou não. Depende do isolante que eu tenha em meu calçado. Deus diz a Moisés: “Tira o 'isolante' dos teus pés”. Tira as sandálias! Pisa na terra! Entra em contado direto com ela. Sente o calor da terra. Deus deu-nos o Espírito Santo. Quis colocá-Lo tão em contato conosco que acabou colocando-O dentro de nós. Somos por Ele habitados para estarmos em contato direto o tempo todo e totalmente com Ele. Onde há isolante, a energia não chega. A cinza que se acumula sobre a brasa não permite que ela aqueça o churrasco. É preciso soprá-la. Jesus “soprou sobre eles dizendo-lhes: recebei o Espírito Santo” (cf. João 20, 22). O calor do Espírito nos aquece. Com esta força podemos progredir na santidade.

Se até hoje buscamos a santidade pelas nossas boas obras, renúncias, sacrifícios, podemos continuar. Mas, vamos acrescentar nessa busca a súplica constante para que o Pai dos Céus, que nos adotou como filhos, continuamente, sopre sobre “as brasas do Espírito” que recebemos no batismo. Que a chama da sarça do Espírito cresça sempre mais nesta terra, templos do Espírito, que somos, como nos diz a Palavra: “Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?” (I Coríntios 6,19). Desta forma nos tornaremos cada dia mais santos, porque possuídos, fortificados e guiados pelo Espírito Santo.

Peçamos todos os dias: Sarça ardente do Divino Espírito, que habitas em mim, e que me tornastes santo pelo Batismo, ajuda-me a progredir no caminho da santidade e a produzir os frutos do Espírito. Então não precisarei dizer para ninguém: “sou santo!”. Essa declaração vai se tornar dispensável, pois, “pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos?” (Mateus 7,16).

Padre Alir Sanagiotto, SCJ

Optar por Cristo



Todos nós temos dificuldade para assimilar as palavras de Jesus

Diariamente somos “experimentados” em nossa liberdade de escolha. Ao mesmo tempo, somos convidados a fazer o mal e solicitados a praticar o bem; assim como a seguir os critérios do mundo e a não nos conformar com ele, mas a transformar-nos renovando a nossa maneira de pensar e julgar, buscando o que é da vontade de Deus (cf. Romanos 12, 1-2).

Quem de nós não foi tentado a “olhar para trás” (cf. Lucas 9, 62) depois de ter prometido amor e fidelidade a Deus, ao cônjuge, ao amigo? Aliás, falar de “fidelidade” em nossos dias tornou-se algo complicado e problemático...

Ontem, como hoje, Jesus é “sinal de contradição”. Segui-Lo, comprometer-se com Ele, com o Seu projeto, com a causa do Reino que Ele veio implantar, não é para quem costuma ficar “em cima do muro”. A opção por Ele deve ser definitiva e incondicional. Não há lugar para o descomprometimento. Escolher um caminho é preciso. É necessário tomar uma posição concreta e transparente: servir a Cristo ou aos variados ídolos que o mundo apresenta e segue. Não se pode ficar indiferente. “Se vos desagrada servir o Senhor, escolhei hoje quem quereis servir” (Josué 24, 15). Não há outra opção nem uma terceira via. Continuar com Cristo ou ir embora. Há “Caminho” melhor do que optar por Cristo?

É possível cansar-me de ser bom e fiel, de praticar o bem, de me comprometer com a verdade, a justiça, a caridade, o amor? É possível fartar-me da Eucaristia dominical, da frequência dos sacramentos, da leitura e meditação da Palavra de Deus? E o que fazer quando a fidelidade conjugal e familiar começar a pesar, a descrença me assediar e o Evangelho a ser palavra dura?

Murmurando, “muitos discípulos o abandonaram e não mais andavam com Ele [Jesus Cristo]” (João 6, 66), porque a Sua palavra era “insuportável” aos ouvidos e incompreensível à razão humana.

“Também vós quereis ir embora”? (João 6, 67).

No seguimento de Jesus só se aceitam voluntários e incondicionais. Os milhares de pessoas na multiplicação dos pães ficaram reduzidos ao pequeno grupo dos amigos mais íntimos de Cristo. Para receber regalias e benefícios pessoais jamais faltarão multidões entusiastas. Ao contrário disso, os verdadeiros discípulos de Jesus são sempre minoria.

Quando as exigências da fé crescem, a debandada é geral. A maioria entende mais de pão do que de discipulado. Quando tudo corre bem, a adesão a Cristo fica mais convidativa. Mas a fé não pode ser confundida com seguro de vida ou convênio de saúde. Ela traz em si exigências que inquietam e levam à “desinstalação”.

“A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (João 6, 68). Cristo apresenta-se como opção única e absoluta. Não há outro messias a escolher, não há outro caminho a seguir.

Todos temos dificuldade para assimilar as palavras de Jesus em nossa vida. Justamente porque pensavam em categorias “carnais”, muitos ouvintes de Jesus não podiam aceitar um Messias que viesse numa “carne” humana, isto é, humilde, manso, servo, alheio ao sonho de grandeza, fato próprio de quem se deixa seduzir pelo mundo materialista e pagão. A “carne” de Jesus não combina muito com a nossa sede de sucesso, com o incômodo da partilha, com a entrega da nossa “carne” para a vida do mundo. Confundimos a “glória” de Cristo com “espetáculos religiosos”. Viramos o rosto para Sua imagem desfigurada na pessoa de mendigos, de drogados, de bandidos e sofredores de rua. Essa é uma “carne” que nos incomoda e seria melhor passarmos longe dela, mesmo sabendo que as pessoas sofridas podem ser, também, alimento para a nossa caminhada e certeza da posse do Reino que o Pai preparou para os seus “benditos” (cf. Mateus 25, 33. 34).

Tudo passará. Inexoravelmente. Só Cristo permanece como única esperança para o ser humano sedento de valores perenes. Só a Sua Palavra é mais resistente do que o tempo, capaz de assegurar a vida eterna.

Enquanto perdurar nossa peregrinação na fé e na esperança rumo à eternidade, cabe a nós a decisão da escolha entre o Bem e o Mal, entre Deus e outros ídolos. Na vida de todo ser humano chegará o momento da escolha definitiva. A minha opção, a minha única opção é por Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna.

Dom Nelson Westrupp
Bispo da diocese de Santo André (SP)

As armas contra o inimigo


O demônio tenta nos enganar de várias maneiras

Muitos cristãos, ao tomarem a decisão de seguir ao Senhor, pensam que vão ter uma vida mais tranquila. Mas a verdade é o contrário, pois o demônio não tem interesse em atacar os que não são seguidores de Cristo. Até mesmo os santos foram perseguidos. O interesse do maligno é colocar obstáculos na vida daqueles que decidiram seguir o Senhor.

Isso não é motivo de nos levar a uma crise. Não temos motivo para temer o inimigo, pois ele já foi derrotado. O demônio é que tem de ter medo de você, e a razão é simples: nós somos filhos e filhas de Deus, herdeiros do Reino. O maligno tem muita raiva, porque aquilo que foi dado a ele uma vez, agora é dado a nós. Ele tenta nos enganar de várias maneiras, mas tem uma técnica que ele usa frequentemente para nos atacar: é o desânimo, o desencorajamento. O desânimo não vem de Deus, sempre vem do inimigo, daquele que nos faz desistir de ir em frente.

Vamos olhar para São Pio de Pietrelcina. Quando um analista do Vaticano disse que ele era um psicopata, este santo entrou numa crise tremenda. Ele olhou para seus estigmas e se questionou se tudo era falso. Madre Teresa de Calcutá, no seu leito de morte, também viveu uma grande crise ao sentir o amor de Deus longe dela. O bispo teve de enviar um exorcista até ela e convencê-la de que aquele sentimento não vinha de Deus.

É muito normal que também nós vivamos esses momentos de crise. Seguir Jesus num momento de entusiasmo é fácil, mas continuar O seguindo nos momentos de sofrimento é difícil. O inimigo virá tentá-lo quando você estiver se sentindo fraco, cheio de medos, com raiva, ansiedade, tristeza. É nosso papel lutar contra essas táticas que ele usa para nos desanimar. A tática que ele também utiliza é nos apresentar meias verdades, porque o demônio é um mentiroso, enganador, trapaceiro. Ele nos apresenta algo que parece muito bom, quando, na verdade, é muito ruim.

O maligno diz que por causa dos seus pecados, você não consegue fazer nenhuma tentativa para ser mais santo. Muitas vezes nós pensamos que as tentações são somente relacionadas ao sexo, à raiva, aos sentimentos de ódios. Essas são grandes tentações. Mas temos de estar atentos a uma grande tentação que é não fazer a vontade de Deus.

O inimigo faz de tudo para que nós saiamos do caminho da vontade do Senhor. Ele ousou tentar Jesus a desobedecer ao Pai, quando O levou ao alto do monte e mostrou-Lhe as cidades, dizendo que elas pertenciam a Ele [Jesus]. A tentação do inimigo a Cristo era muito atraente. O Pai dizia para o Filho ir para a cruz e o inimigo pedia que Ele desobedecesse ao Pai e tomasse posse daquelas cidades. Mas Nosso Senhor Jesus Cristo diz: “Afasta-te de mim, satanás. Eu adoro somente ao Pai”.

Irmãos e irmãs, será uma luta até o fim de nossa vida, mas se nós usarmos as armas não precisaremos ter medo nenhum. A primeira arma é a Eucaristia. O inimigo treme diante da Eucaristia, porque ela é sinal de humildade. Jesus quis, por um momento, aniquilar a Si mesmo, entrando nas espécies do pão e do vinho para ficar perto de nós. Uma outra arma forte contra o inimigo é o Sacramento da Confissão. Este sacramento é mais poderoso do que a própria oração do exorcismo.

Momentos de desânimo podem acontecer em nossas vidas. Quando isso acontecer se agarre a Virgem Maria. Um jovem teve uma visão na qual ele precisava construir uma barco para atravessar o oceano. Enquanto ele construía este objeto as pessoas diziam que ele não iria conseguir e que ele não conseguiria vencer a fúria do mar. Até que aquele rapaz terminou de construí-lo e começou a remar em direção à longa jornada no oceano. Mas um amigo disse a ele: “Meu amigo, tenha coragem. Seja forte!” E aquele jovem olhou somente para aquele homem que estava dando força para que ele continuasse. E toda vez que ele sentia o desânimo se aproximar ele se lembrava daquelas palavras do amigo.

Muitos poderão nos chamar de doidos, de loucos, mas há uma Maria que está gritando em nossos ouvidos: “Boa viagem! Não tenhais medo do inimigo. Não desanimem porque a vitória é nossa. Uma vez que Jesus Cristo derrotou o inimigo, com o Senhor nós também o derrotaremos.” A Santíssima Virgem Maria nos diz hoje: “Eu estarei com vocês. Não tenham medo. Vão em frente. Vocês serão vencedores!”

Rogue pela intercessão da Mãe, clamando: Maria, nós cremos em Ti, porque Tu és nossa Mãe. Nenhuma mãe deixará o filho em perigo sem dar a ele uma mão, sem ajudá-lo. Maria, sabemos que Tu estás conosco, e por causa de Ti nos sentimos seguros.
Nossa Senhora nos diz: “Faça tudo o que Ele lhe disser. Vá em frente. Não desanime!
Lembre-se das palavras de Jesus: ‘Eu sou, porque nada é impossível para aquele que crê’”.

Frei Elias Vella
Franciscano conventual, líder da RCC na Ilha de Malta

Precisamos de determinação para meditarmos a Palavra de Deus



Não devemos ficar só na intenção de ser de Deus, mas precisamos lutar e nos esforçar para ser de Deus. O demônio tem tentado nos impedir de viver o primeiro mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Por isso é uma luta!Para quem descobriu que ser de Deus é o essencial na sua vida, e tem o propósito de uma entrega total ao serviço do Reino, precisa levar adiante esse projeto com fidelidade e constância, superando o comodismo, o relaxamento ou a preguiça.

Recentemente recebi uma mensagem que falava de uma convenção mundial dos demônios, onde satanás dava as diretrizes aos seus demônios, especialmente sobre como deveriam fazer para impedir que os cristãos tenham um relacionamento íntimo com Jesus, o Salvador, pois, dizia ele, “uma vez que ganham essa conexão com Jesus, o nosso poder sobre eles está quebrado, então vamos roubar-lhes o tempo que têm, a fim de que não sobre tempo algum para eles desenvolverem um relacionamento com Jesus Cristo”.

Os demônios gritaram: “Como vamos fazer isto?”

Satanás respondeu-lhes: “Mantenham-nos ocupados nas coisas não essenciais da vida, e inventem inumeráveis assuntos e situações que ocupem as suas mentes.” E ele descreve muitas situações que os homens e mulheres “modernos” vivem hoje em nossa sociedade, enganados pelo prazer, pelo poder e pelo ter, perdendo o que é essencial: Ser amigo de Deus!

A partir desse relato, e assumindo a nossa missão de formar homens para um mundo novo, pensei em escrever para estarmos atentos, a fim de não cairmos na armadilha de satanás.

Já há alguns anos as empresas ministram cursos para os seus funcionários sobre como administrar melhor o seu tempo, no intuito de um rendimento melhor no trabalho. Para meditarmos a Palavra de Deus, diariamente, também necessitamos de utilizar bem o tempo.É um aprendizado! É um treino! Antes da nossa vida de oração se tornar um hábito, precisamos de determinação e fidelidade ao nosso horário, pois o hábito se faz repetindo várias vezes o mesmo procedimento.

Nós encontramos tempo para tudo em nossa vida, menos para a prática da nossa vida espiritual. Priorize Deus em sua vida, e certamente você encontrará tempo para ficar com o essencial: ser de Deus e ter um relacionamento de amizade com Jesus, Nosso Senhor. São Francisco de Sales dizia: “Sem disciplina não há santidade”. Determine-se! Lute contra o comodismo, relaxamento e a preguiça!

Aproveite este mês da Bíblia para administrar melhor o seu tempo, iniciando com esmero e fidelidade a meditação da Palavra de Deus.

Marina Adamo

Por que a Santidade é Amor- Parte III


«Sem mim nada podeis fazer» (Jo 15,5b)

A alma que ama a Deus pode, se quer, sempre, em tudo o que faz, diz e pensa, fazer com que Deus se una mais a ela, gozar de Seus abraços, do carinho de seu Deus. O Senhor, satisfeito do amor de Sua amada, sente-se como impelido e obrigado por esses pequenos cuidados e desejo de comprazer-se, inclinar para ela, estreitá-la contra Seu peito, infundir-lhe Seu amor e depois tomar assento estável em sua alma: « Nele estabeleceremos morada » (Jo 14,23b). Tudo isso – nos consola repeti-lo – é produzido apenas por um só ato sobrenatural, ainda que o menor, com maior ou menor eficácia, proporcional não ao mérito especial das obras, mas à força com as quais a intensidade do amor as eleva às alturas.

Assim, a santidade é toda obra de amor. « O bem sobrenatural de um só indivíduo supera o bem natural de todo o universo ». Supõe mais amor... A razão é clara: quando a criatura vive e age sobrenaturalmente, está unida a Deus, que lhe comunica algo de Seu divino ser e poder, e Ele mesmo age nela: « Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim » (Gl 2,20). « Não eu, mas a graça de Deus que está comigo » (1Cor 15, 10).

Mas para isto é necessário que nossas obras tenham sempre algo de seiva da divina videira, Jesus, nosso Salvador, ao Qual, como « ramos », estamos unidos. Quando o profeta Davi pronunciou aquela enfática expressão: « Eu declarei: vós sois deuses » (Sl 82[81], 6), certamente deve ter visto os homens sob o influxo da graça divina que os transforma e os possibilita « assimilar ao seu Criador ».

Quem poderia dizer quantos mistérios de amor encerra a graça que nos deifica! É necessária toda uma eternidade para agradecê-los... Se agora o compreendêssemos, morreríamos oprimidos sob o peso de tanto amor de nosso Deus para conosco.

« EU SOU A VIDEIRA E VÓS OS RAMOS » - Repete-me, Senhor, sem cessar, estas palavras que tanto me consolam: « sem mim nada podereis fazer ». Que gozo encontra minha alma em pensar que quando pratico o bem Tu estás sempre comigo para dar-lhe a vida, a eficácia, o valor! Assim facilmente me convenço de como pode sair algo de bom deste ser miserável e enfermo. Porque és Tu, centro de minha vida, Quem comunica algo de Tua vida divina e lhe dás o vigor, o movimento. Agora entendo por que algumas vezes seres pobres e débeis terem podido realizar coisas grandes, capazes de encher de assombro aos que não podiam entender a causa - por não saberem ir além dos limites naturais nos quais sustentavam toda sua grandeza e fortaleza.

Entendo por que tantas almas chegaram aos suplícios e à morte tão felizes; por que tantos jovens na flor de seus anos se entregam a uma vida de penitência e, renunciando ao mundo e aos prazeres que o mundo lhes oferece, perseveram até à morte lutando e triunfando generosamente contra as paixões e o pecado.

O mistério de todos estes prodígios é que Deus mora neles e os sustenta com a força sobrenatural de Sua graça: « Eu sou a videira e vós os ramos » (Jo 15,5), disse Jesus. Que união mais íntima podemos imaginar de Deus com nossa alma? Esta união supõe « certa comunicação de natureza » ¸ porque o tronco e os ramos formam uma só planta e recebem a mesma seiva das raízes. É preciso que a influência divina se difunda na alma para que possa conservar e aumentar suas energias e agir sobrenaturalmente.

J. Pastor

“La Santidad es amor”

PORQUE A SANTIDADE É AMOR - Parte II


«Sem mim nada podeis fazer» (Jo 15,5b)

A criatura sozinha – mesmo depois de elevada à vida da graça –, sem uma nova graça « atual » em cada caso ou situação, nada pode fazer além dos limites do natural. E isto não é suficiente para santificar-nos. Deus, mandando-nos « ser santos e fazer sempre obras dignas da vida eterna », de certo modo obrigou-Se a vir Ele mesmo cumprir esses atos em nós, a unir-se à nossa débil vontade para mantê-la firme em seus propósitos. Deus obrigou-Se a nos dar força para que possamos ir adiante, sem desfalecer sob o peso de nossa fraqueza e nas lutas que temos de sustentar contra tantos inimigos.

Já pensaste, tu que desejas e buscas a santidade e que procuras fazer tudo por Deus, que enquanto estás fazendo isso - ou mesmo quando tão somente o pensas e o desejas - que Deus está contigo de um modo especial para dar-te Sua graça e se inclina para ti para que por Ele possas querer, desejar e executar tudo isso? Não o duvides, alma que suspiras pela santidade: quantas vezes sinceramente desejas a Deus ou praticas um ato bom, Deus está contigo, e te dá como um acréscimo de Si mesmo, cumprindo tudo em ti - « Cumpre tudo em todos » (Ef. 1,23).

Quando desejas mortificar-te ou quando tu modificas as tuas inclinações ou satisfações naturais, quando sofres, quando te imolas e calas, quando te sacrificas pelo bem dos outros ou padeces perseguições, oferecendo tudo ao Senhor; quando, por outra parte, recebes os sacramentos, procuras cumprir bem teus deveres, quando te humilhas e te arrependes depois de uma falta e continuas adiante, sem desanimar nem perder a paz; quando procuras que outros façam o mesmo, não só esses bons atos em si, mas também outros atos indiferentes como o falar, o recrear-se, o comer, o dormir etc.; se cuidas de purificar tua intenção, despojando-te do olhar humano e de todo interesse pessoal e buscas só a vontade de Deus e Sua glória, todos esses atos são sobrenaturais, pertencem àquela região onde sozinho tu não podes subir.

O Senhor teve de vir em tua ajuda com uma graça « atual ». Assim, deves sempre invocar o auxílio divino com o olhar interior de tua alma voltado para Deus, purificando a intenção. Ao fazer apenas isto, obrigamos o paternal amor de Deus a inclinar-se para nós, suas pobres criaturas, a colher-nos em Seus braços, a elevar-nos acima do puramente natural e comunicar-nos algo de Seu ser divino, de Sua grandeza, de Seu poder, de Sua perfeição, de Sua luz e formosura. Quanto mais continuados e cumpridos com generoso amor sejam estes atos, a união com Deus se fará também mais íntima e habitual. Todos os homens estamos na presença de Deus, mas a alma não se aproxima d’Ele senão em proporção aos progressos que faz na caridade.

«NÃO TEMAIS» - Também se vê quão equivocadas andam tantas pobres almas que pensam que a santidade somente pode ser conseguida à força dos braços, com uma luta sem trégua nem descanso. Não! O Senhor, como Pai terno que é, não exige tanto; conhece nossa debilidade e por isso no Santo Evangelho não faz mais que repetir-nos a cada momento: « tende confiança »..., « não temais ». E ao fim de sua vida, para afiançar-nos ainda mais na confiança e assegurar-nos de Sua ajuda e proteção, acrescenta: « Eu estarei convosco » (Mt 18,20). Não deveis temer. Ficarei convosco para ajudar-vos, quando me chamardes, no trabalho de vossa santificação. E não só para ajudar-vos, mas também para vir, Eu mesmo, a vós pela Eucaristia, para levar a cabo essa grande obra que nunca conseguiríeis concluir sem Mim.

J. Pastor
“La Santidad es amor”
Libro I, pp.16-17

A SANTIDADE É AMOR


«Sem mim nada podeis fazer» (Jo 15,5b)

A todos os homens Nosso Senhor dirige estas palavras: « Sem Mim nada podeis fazer » -mas de uma forma muito particular a quantos trabalham na própria santificação.

Na ordem natural, o homem pode agir sem Deus, quer dizer, sem Sua graça e Seu amor, embora jamais sem Seu concurso. Mas na ordem sobrenatural sua impotência é absoluta! Nada, absolutamente nada que seja proveitoso para sua alma e meritório para a vida eterna pode fazer a criatura sem que Deus, com Sua graça, esteja agindo com ela. Como nos assegura o Apóstolo S. Paulo « nem mesmo podemos, pronunciar devidamente o nome do Senhor Jesus, nem conceber sequer um bom pensamento ».

O homem é limitado em todas as coisas; não pode conseguir tudo o que pretende nem fazer tudo o que quer. Necessita sempre de algo ou de alguém em suas empresas. Às vezes isso lhe parece muito pesado e por isso gostaria de livrar-se do jugo de sua impotência. Sofre, se aborrece e se desgosta por ter de submeter-se a essa lei que se opõe à sua altivez e à sua soberba.

Mas quão distintamente pensa e sente a alma humilde que busca a santidade! Isso mesmo que para o homem orgulhoso é tão pesado e aborrecido, para ela é o mais doce dos consolos, por ser uma prenda do divino Amor.

A alma que deveras quer e busca a santidade « já tem algo do que busca » – nos diz Santo Agostinho. Ela já possui a graça santificante, o mais precioso de todos os bens, graça que é a « prenda ou o germe » da felicidade eterna. Por ela, participamos da própria natureza divina (cf. 2Pd 1,3-5). Buscando com a santidade ao Deus da santidade e doador de todo o bem, a alma procurará aumentar este tesouro incessantemente.

A GRAÇA ATUAL – Mas para isto a alma necessita, a cada instante, de outra graça: que Deus esteja agindo nela. Pois « sem Ele a alma nada pode fazer ». Doce e preciosa necessidade que nos obriga, para podermos amá-la ainda mais! Para viver na região do sobrenatural é mister, além da « graça santificante » – que nos dá todo o mecanismo da vida sobrenatural – a graça « atual » que põe esse mecanismo em movimento. É luz que Deus comunica à alma, em cada caso, para iluminar suas trevas, impulso que ele imprime à vontade para movê-la até que se torne ação. Essa graça « atual » é uma participação do próprio poder de Deus para que possamos ir chegando à perfeita semelhança com Ele, de modo que a alma assim em graça possa dizer que começa a « deificar-se » na terra; e o santo chega à deificação ou semelhança acabada no céu, quando todos nós seremos semelhantes a Ele (cf. Jo 3,2).

E como Deus é todo amor - « Deus charitas est » - a santidade consiste em deixar que Deus aja em nós e nós fiquemos, ao fim, como que transformados n’Ele. Eis por que « a santidade é amor ». Porque todos seus atos, mesmo os mais insignificantes, implicam certo trato amoroso com Deus, uma especial relação de intimidade com Ele, já que unicamente Ele é quem pode dar valor e mérito ao que fazemos.

J. Pastor
“La Santidad es amor”

UM CONVITE ESPECIAL PARA TI


“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso de vossos fardos e eu lhes darei descanso”. (Mt 11, 28)

Com esse convite o Senhor claramente nos convida a irmos a Ele! Eu pergunto, quantos de nós temos nos cansado durante o nosso dia a dia, pelas circunstâncias, seja uma insatisfação pessoal no trabalho, sejam as coisas que acontecem que não saem da forma como desejamos, ou seja, até mesmo o jeito como nós tratamos a quem amamos que por muitas vezes nem é o modo como queremos tratar, mas pela falta de paciência, pelo cansaço físico, mental ou espiritual nos deixamos levar pelas nossas fraquezas e não fazemos o bem que desejamos.

Hoje Jesus nos convida porque conhece o nosso coração e sabe que só n’Ele teremos descanso, pois Ele mesmo justifica isso quando diz Tomai sobre vós o meu jugo e aprendeis de mim, porque sou manso e humilde de coração. Pois o meu jugo é suave e meu fardo é leve.

Jesus não nos convida até Ele para nos condenar, mas nos convida para tirar de nós tudo que não nos faz bem, inclusive nosso sentimento de culpa em relação aos nossos pecados e fraquezas. Ele anseia e deseja muito que O busquemos para nos dar o descanso necessário para uma boa caminhada.

Não importa se estás passando por esta crise, pensando que ninguém se importa, que ninguém se preocupa, o que eu quero dizer-te são Palavras do Mestre: Vinde a mim, todos vós que estais cansados de carregar as vossas pesadas cargas, e eu vos darei descanso. Neste texto Jesus demonstra o seu amor para contigo. Ele se importa contigo e por isso de chama. Faz-te um convite. E este é para os que têm problemas, para os cansados e os oprimidos; os que estão com cargas tão pesadas e tão grandes que não dão conta de carregar sozinhos; os que perderam a esperança até mesmo para esperar; os que estão feridos e com traumas profundos; os que não têm mais caminho, para caminhar; os que perderam o rumo da vida, para os que perderam a direção.

O convite é para ti que estás com o coração quebrado, arrebentado, porque há reabilitação, há cura; é para ti que desperdiçaste a tua vida no mal, pois ainda há possibilidade para fazer o bem; para ti que já não tens mais perspectiva na vida, expectativa de um novo começo; para ti que te sentes desesperado, desprezado; para ti que te sentes doente, perdido na vida; para ti que estás longe, e morto em delitos e pecados.

Talvez tu digas: Minha vida não tem jeito, porque o pau que nasce torto, cresce torto e morre torto”, Mas te digo, Tem sim! Porque o pau que nasce torto, só é torto antes de chegar nas mãos do carpinteiro de Nazaré. Depois de passar pelas Suas mãos saí um móvel precioso raríssimo de encontrar! Ele te oferece uma nova oportunidade. Jesus é o Deus do impossível, é o Deus capaz de fazer: do vilão, um herói; do bandido, um santo; do perseguidor, um defensor do evangelho.

Com as palavras vinde a Mim, Jesus nos chama a confiar n’Ele, a crer. Porque ninguém pode ir, e seguir, sem crer, sem confiar nele.

Ele te chama para que tu tomes sobre ti o jugo d’Ele: tomai sobre vós o meu jugo. Jesus não te engana. Ele não prometeu só mar de rosa, porque aqui o jugo quer dizer que tudo aquilo que Jesus passou tu terás de passar. Assim como Ele foi perseguido, sofreu, maltratado e até pela tua própria família, caluniado, zombado, odiado, abandonado entre ladrões e morto na Cruz mas que três dias depois ressuscitou assim também tu terás de passar pela mesma situação. Aliás ao discípulo basta ser igual ao mestre. Se a Mim trataram assim, a vós também. Mas não tenhais medo. Eu venci o mundo!Precisamos aprender d’Ele: e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração.

Chama-nos ao discipulado d’ele, sermos seus alunos. Ele quer que eu e tu sejamos seu imitador. Ele passará a ser o teu modelo. Tu precisarás conhecer mais e mais o teu Senhor, as coisas d’Ele, até chegar ao pleno conhecimento. Mas isso só será possível se estiveres perto d’Ele.

Nos aproximemos de Jesus, do seu trono de graça e então experimentaremos as maravilhas que Ele pode fazer em nós e através de nós.

Padre Bantu